A visão dos Vencedores?

"Não erreis, meus amados irmãos" (Tiago 1:16).

Capítulo 2 – A salvação e o Reino

“É fundamental entendermos a diferença entre ser salvo e ser recompensado com o galardão do reino” (p. 33).

O autor, perfeitamente, coloca que a salvação é gratuita, não por obras, não se compra, pois o preço já foi pago, porém é necessário que creiamos no Filho e na Sua obra, pois "o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados" (Isaías 53:5), entretanto, o mesmo expõe que ser salvo não tem conexão com pertencer ou ir para o Reino de Deus.

“Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus” (João 3:5).

“Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo. Outrossim, o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas. E, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a. Igualmente o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a qualidade de peixes. E, estando cheia, a puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora. Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos, e separarão os maus de entre os justos, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mateus 13:44-50).

Jesus nos apresenta alguns pontos muito importantes sobre o Reino de Deus, e podemos analisar claramente a conexão feita com a salvação, pois, como é possível alguém não ter nascido novamente (porém agora em Cristo) e herdar o Seu Reino? Igualmente, Jesus explicou que o Reino é semelhante a uma rede lançada ao mar, que ao chegar a praia separam-se os peixes bons dos ruins (Cristo compara em outra parábola como joio e trigo – Mateus 13:24-30). E o que se faz com os peixes ruins? “Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos, e separarão os maus de entre os justos, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mateus 13:49-50).

“Não cremos em perda de salvação” (p. 35).

Jesus, quando ensinou com a Parábola da Videira, deixou claro que nós, se não permanecermos Nele, poderemos sim ser cortados. Ele disse: “Se alguém não permanecer em Mim, será lançado fora, como o ramo, e secará. Tais ramos são apanhados, lançados no fogo e se queimaram” (João 15:6).

“Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo a servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado” (1 Coríntios 9:27).

Paulo sabia que deveria permanecer no amor de Cristo, pois, fora Dele, nada poderia fazer, e como precursor do evangelho eterno, deveria antes ser exemplo para que não fosse reprovado. Será que Paulo não tinha aprendido que depois que Ele aceitou Jesus ele já era salvo? De fato, Ele sabia que muitos, naquele dia dirão: “Senhor, Senhor, não profetizamos nós em Teu nome? E em Teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mateus 7:22-23).

“Ninguém receberá recompensa por receber Jesus como Salvador” (p. 36).
“Ninguém receberá uma coroa simplesmente por ser salvo. É preciso ter obras” (p.37).

Porventura não é a vida eterna recompensa? Ou Tiago se enganou a falar que “bem aventurado o homem que suporta a provação, porque depois de ter passado na prova, receberá a coroa da vida, que o Senhor promete aos que o amam” (Tiago 1:12). Ou Tiago não sabia que a vida eterna apenas terá quem tiver obras e não que simplesmente amam a cristo e Sua Palavra?
“Vós sois meus amigos, se fizerem o que vos mando” (João 15:14).
Ainda sim, Tiago expôs algo muito claro: “Fé sem obras é morta” (Tiago 2:26).
É impossível dizer que crê em Cristo e não andar como Ele andou, pois as obras dão testemunho da fé que temos, ainda sim disse Cristo “sem Mim nada podeis fazer” (João 15:5).

“Devemos reconhecer que é possível ser salvo e, ainda assim, não fazer a vontade de Deus” (p. 38).

Claramente a bíblia apresenta outra realidade, podemos ver nos textos citados à cima. Ainda assim, devemos nos lembrar que “tudo o que é bom provém de Deus”.

“O reino é adquirido por obras” (p. 38).
“O Reino é uma conquista” (p. 41).
“Nele (no reino) requer-se esforço, inclusive o martírio para obtê-lo” (p. 41)
“A questão do reino está baseada nas obras do homem” (p. 45)

Primeiramente, se o reino está baseado nas obras, que obras seriam estas, senão as obras da lei? Logo, se o mundo não aceita a lei de Deus, não é possível ter obras.
De fato, como Tiago já nos fez entender, “o corpo sem espírito está morto, assim também, a fé sem as obras é morta” (Tiago 2:26), logo, não se pode separar as obras e a fé, sendo que o Reino também é adquirido pela fé, e como consequências as obras, pois, se referindo a salvação Paulo disse aos Hebreus: “Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores e pertencentes à salvação, ainda que assim falamos. Deus não é injusto. Ele não se esquecerá da vossa obra e do amor que para o Seu nome mostrastes” (Hebreus 6:9-10).

O Reino de Deus e a Salvação, não é apenas adquirido pelas obras, mas por elas e pela fé do Deus que cremos, é uma consequência mútua, entretanto, Deus recompensará cada um segundo a sua obra (o galardão), pois “o que planta e o que rega são um, e cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho” (1 Coríntios 3:8). Veja que neste exemplo, ambos aceitaram a Cristo e buscaram ter uma vida que O trouxesse honra.
“Eis que cedo venho! A minha recompensa está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra” (Apocalipse 22:12).
Ainda sim, se o Reino é adquirido pelo martírio, o amigo mais íntimo de Cristo e escritor do apocalipse não estará no Reino, pois não foi martirizado, entre vários outros homens leais e fiéis a Cristo.
Mas Cristo nos ensina algo muito importante. Ele diz: “Vinde, benditos do Meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mateus 25:34). E o fantástico é que este texto se refere à separação dos que creem dos que não creem. E Cristo chama os que creem em filhos do reino (Mateus 13:38).

“O reino dos céus durará o tempo do milênio e nele uns reinarão e outros serão disciplinados” (p.39).
“Quem não der fruto passará pelo fogo da disciplina de Deus no Milênio. Pecando aqui ou indo em pecado para lá, estará diante de Deus do mesmo jeito. Ou será disciplinado aqui, ou será disciplinado lá, caso não se arrependa” (p. 43).
“Quem executou obras más estará sujeito à correção” (p.44).
“A recompensa dura o Milênio” (p.47)

Sobre o milênio, analisaremos em outro momento, mas, já podemos observar algo. Segundo o autor alguns irão estar diante de Deus em pecado, indo para o Reino de Deus com o pecador, mas Paulo apresenta outra doutrina, ele diz: “Eis que vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao soar a última trombeta. Pois a trombeta soará, e os mortos ressurgirão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Pois convém que isto que é corruptível se revista de incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista de imortalidade” (1 Coríntios 15:51-53). Paulo cita o momento: a ressureição e vinda de Cristo. Cristo irá a todos transformar, e ninguém irá com ele em pecado. Isto não tem fundamento. E Deus, no milênio, não ficará castigando (corrigindo) seus servos, pois o próprio Cristo declara em suas parábolas que existem apenas dois tipos de pessoas: as que creem (trigo, ou como dias em apocalipse os quentes) e as que não creem (joio, ou os frios). Os crentes, serão arrebatados com Cristo nas nuvens (1 Tessalonicenses 4:17) e os que não o aceitaram serão lançados no lago de fogo preparado para Satanás e seus anjos (Mateus 25:41).

“A vida eterna já está definida” (p. 47).

Esta seria uma notícia muito perigosa, pois, se já está definida, porque pregar o evangelho? Para que fazer a vontade de Deus? Como haveria justiça divina, se Deus negasse a Salvação para alguns? E porque Paulo diria para corrermos como quem corre por uma coroa incorruptível. Todos nós temos a oportunidade de receber a vida eterna, basta aceitar a Cristo e a Sua obra mediadora, e como Seus amigos, fazer o que Ele nos diz. Entretanto, sobre este assunto nós nos aprofundaremos posteriormente.
Busquei irmãos, na palavra de Deus a verdade e não “fábulas artificialmente compostas” (2 Pedro 1:16).