segunda-feira, 26 de abril de 2010
O homem fala mais forte
Como seres humanos, estamos destinados à morte. Somente o Senhor Jesus é capaz de nos tirar do abismo, e nos dar a vida.
Estamos destinados a errar, mas em Jesus encontramos a vida eterna. Pode alguém desejar a morte após conhecer a vida? Se ele procede assim, é tolo.
Como é fácil ser tolo e se afastar de Cristo! Somos prontos para ser juízes e nos esquecemos do amor do Pai por nós.
Atualmente, as pessoas já não são sensíveis. Não mais têm amor pelo próximo e inclinam seu coração contra seu semelhante.
“Todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tiago 1:19).
Infelizmente, aqueles que não estão prontos para ouvir estão também no meio cristão. As pessoas acreditam em suas capacidades e na infalibilidade de suas “doutrinas”. Somente seu conceito religioso é o correto. Sua vida religiosa é correta. E com isso, se esquecem do mais importante: Deus. Sua vida com o Doador da vida.
Assim, fazemos julgamentos sobre o que as pessoas são e o que elas são capazes de fazer. Porventura, Deus não é Aquele que capacita? Não poderia o Verbo atuar no menor aos olhos do homem?
“Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que O amam?”(Tiago 2:5).
Busquemos as riquezas que vêm do Senhor. Infelizmente, nossa mente entorpecida pelo pecado é incapaz de distinguir a verdade do Senhor, mesmo que um Anjo venha e a nós a pregue.
Meu amigo: Peço ao Senhor que, através do Espírito Santo, o único capaz de convencer, você peça e receba discernimento e sabedoria. Somos maldosos e falhamos com o Senhor, pois, somos (todos os cristãos) os primeiros a acusar. Alguns dizem: “Ele está assim porquê não serve a Jesus”; outros: “Está sob maldição”; “Ele não vai à igreja”; “Aquele não é cristão” e ainda “Bem feito!”; Deus o castigou”. Seria este o comportamento de Cristo? O que faria Ele em seu lugar?
“Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?” (Mateus 7:3).
Todos somos pecadores e Cristo não faz acepção de pessoas. Ele não vê com olhos de carne e Seu julgamento é justo.
Cristo vê cada um de nós de maneira especial. Ele nos vê com detalhes que homem nenhum é capaz de ver.
Nunca poderíamos imaginar como Cristo vê as situações circunstâncias de nossa vida. Ele consegue extrair o melhor de cada um e capacita todos aqueles que esperam nEle.
“Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1Samuel 16:7).
Deus escolhe para a Sua obra aqueles que são sinceros de coração, que estão dispostos a se arrepender e se reconciliar com o Criador. Perdemos a oportunidade de crescer na fé pois somos orgulhosos e autoconfiantes. “O caminho do insensato aos seus próprios olhos parece reto, mas o sábio dá ouvidos aos conselhos” (Provérbios 12:15).
Nossa insensatez e orgulho nos impede de ouvir a voz alta e clara do Senhor, que está chamando à porta do nosso coração. Deus não quer que ninguém se perca. Por isso, mandou Seu único Filho para que todo o que nEle crer, tenha a vida eterna.
E o próprio Cristo nos ensinou: “Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda, esse é o que Me ama; e aquele que Me ama será amado por Meu Pai, e Eu também o amarei e Me manifestarei a ele” (João 14:21). Assim, o próprio Deus já deixa claro que irá Se manifestar naquele que O ama. “O sábio de coração aceita os mandamentos, mas o insensato de lábios vem a arruinar-se” (Provérbios 10:8).
Cristo deseja que sejamos obedientes à Sua palavra, não somente com referência aos mandamentos. Inclui todo o testemunho de Jesus, todos os passos dEle. “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados” (Efésios 5:1).
Cristo Se alegra em nos ajudar e Se manifestar a nós. Seu desejo é de Se tornar nosso melhor Amigo. Ele pretende nos abençoar com a sabedoria que vem do Espírito do Pai, e Se alegra em nos dá-la. Portanto devemos ter prazer nas obras de Deus e desejar ter a sabedoria que vem do Pai. “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada” (Tiago1:5). “O tolo não tem prazer na sabedoria, mas só em que se manifeste aquilo que agrada o seu coração” (Provérbios 18:2).
É importante lembrar das palavras de Tiago: ser “tardio a falar”.
“Deus, nosso santo e único Senhor de nossa vida: Ajuda-nos e nos ilumina. Transforma nosso coração. Faze de nós novas criaturas e nos ajuda a conservar viva a Tua palavra em nosso coração! Somos pecadores e estamos arrependidos de nossos erros. Perdoa-nos Senhor! Ajuda-nos a ter uma vida com prazer na Tua obra. Que nossos olhos possam ver Tua obra, o plano que tens para nós e a missão que devemos cumprir conforme Tua vontade. Não nos deixes cair no erro de nossa visão distorcida e de nossas palavras de impiedade. Que tenhamos a sabedoria que vem do Alto. Ajuda-nos, Senhor e cuida de nossos caminhos. Oramos e nos colocamos diante de Ti em nome do Senhor Jesus. Amém”.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Análise da Carta de Paulo para as igrejas da Galácia
Carta de Paulo às igrejas da Galácia
(compreendendo o assunto da carta)
Esta carta de Paulo é uma exortação às igrejas da Galácia para que os fiéis relembrassem o evangelho que Paulo havia pregado inicialmente (Gálatas 1:6 e 9).
“Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho;”...“ Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema”.
Se Paulo estava exortando os Gálatas com essa advertência, significa que essas igrejas estavam recebendo outro evangelho; um evangelho que não é de Cristo (Gálatas 1:7).
“O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo”.
Para compreendermos a carta aos Gálatas precisamos primeiramente compreender estas questões: Quem estava pregando o evangelho diferente daquele pregado por Paulo? O que dizia esse evangelho? Essas perguntas devem ser respondidas, pois, toda a exortação está em torno desse assunto e não de outro.
Vamos procurar, nesta carta, encontrar as pistas que nós levam à compreensão da mensagem que nela consta, para que não sejamos confundidos.
“Senhor, Deus, Pai amoroso e amado. Permita que Teu Santo Espírito venha sobre nós e nos auxilie na compreensão da Tua mensagem. Que nenhuma sombra de dúvida nos faça desviar do Teu caminho e do Teu evangelho puro e sem mácula. Ajuda-nos a ter sabedoria! Pedimos no nome de Jesus”.
Paulo estabelece como fundamento do serviço a Cristo, servir e agradar a Deus e não a homens e que o evangelho que ele prega foi revelado pelo próprio Cristo e não por homens. Assim, ele continua afirmando e demonstrando o quanto era esforçado e zeloso nas tradições de seus pais (Gálatas 1:10-14). Aqui, Paulo coloca uma informação pertinente: ele era zeloso quanto às tradições e as conhecia melhor que outros da sua geração.
Segundo ele, Deus o escolheu após ele reconhecer o Pai. Então, ele aceitou cumprir o propósito de Deus em sua vida (Atos 9:15 – Aqui, Deus fala para Ananias a respeito de Saulo, nome anterior de Paulo).
O apóstolo relata suas primeiras viagens e pregações em nome do Senhor (Gálatas 1:16 – Gálatas 2:1).
Após isso, o apóstolo descreve um detalhe muito importante para a compreensão deste texto:
(Gálatas 2:3) “Contudo, nem mesmo Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se”.
Reconhecendo que Paulo era zeloso quanto às tradições de seus pais antes de se converter a Cristo, por que ele colocaria a circuncisão como um constrangimento? Veja que o apóstolo aponta uma indicação de que os Gálatas poderiam estar se corrompendo. E esta informação é confirmada nos próximos versículos:
(Gálatas 2:4-5) “E isto por causa dos falsos irmãos que se entremeteram com o fim de espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus e reduzir-nos à escravidão; aos quais nem ainda por uma hora nos submetemos, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós”.
Estes versículos são muito importantes, pois aqui é apontado qual é o evangelho que estavam distorcendo e quem fazia isso. Vejamos:
Qual era o evangelho que estava sendo distorcido? A circuncisão. Por que nem mesmo Tito foi constrangido pelos falsos irmãos a praticar a circuncisão? Paulo justifica no verso 5: “aos quais nem ainda por uma hora nos submetemos, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós”.
Quem está distorcendo? Falsos irmãos (verso 4).
Por quê? Para tirar a liberdade que temos em Jesus e reduzi-los a escravidão.
Paulo também apresenta que havia pessoas importantes exercendo essa influência aos convertidos (verso 6), e reforça que o assunto para o qual a igreja de Gálatas estava se refratando era ao evangelho pregado por Paulo, o evangelho da incircuncisão (verso 7).
Que maravilha! Agora já podemos começar a compreender o assunto que foi apresentado às igrejas da Galácia. Mas vamos procurar conferir esta informação com o texto a seguir. É importante nos situarmos no tempo
(Gálatas 2:1) “subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também a Tito”.
Foi nessa circunstância que ocorreu a divergência quanto à circuncisão.
Vamos conferir este texto:
(Atos 15:1-2) “Então alguns que tinham descido da Judeia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos. Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo e Barnabé, e alguns dentre eles, subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, sobre aquela questão”.
Logo, já podemos ter mais uma confirmação do assunto que Paulo trata (é importante ler o capítulo de Atos 15 para compreender melhor como foi a conversa de Paulo com os discípulos).
A carta aos Gálatas contém o diálogo entre Paulo e Pedro em Jerusalém (versos 11-21). É fantástico! No verso 18 e 19, Paulo coloca a chave da conclusão para a não necessidade da circuncisão:
“Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, a mim mesmo me constituo transgressor. Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo.”
A morte de Cristo é a chave da salvação. Somos salvos pela graça de Deus e não pela circuncisão, nem pela observância das outras leis judaicas (Atos 15:1) como diziam os falsos irmãos, pois, não podemos edificar algo o que já destruímos e nossa justificação é mediante a Cristo e Sua Graça (Gálatas 2:21) e não mediante a lei.
Nos demais textos, o apóstolo coloca situações em que a igreja já havia presenciado a atuação do Espírito do Senhor:
(Gálatas 3:5) “Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?”.
Coloca também que todos aqueles que creem em Jesus pela fé, por ela se tornam herdeiros das promessas de Deus:
(Gálatas 3:9) “De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão”.
Sendo assim, a fé em Cristo é a nossa justificação e não a lei da circuncisão.
(Gálatas 3:11) “E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé”.
E se aceitamos Cristo como Senhor, recebemos as promessas de que nEle, as questões se resolvem:
(Gálatas 3:29) “E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa”.
E confirma nossa descendência em Cristo.
(Gálatas 4:7) “De sorte que já não és escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus”.
Após isso, o apóstolo faz uma comparação com a história de Abraão e das duas mulheres. Dessas, o herdeiro das promessas de Deus seriam apenas os descendentes da mulher livre, e não os da escrava (uma comparação com a escravidão da lei vista acima).
(Gálatas 4:31) “Contudo, que diz a Escritura? Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava será herdeiro com o filho da livre”.
Agora, no capítulo 5, Paulo deixa de forma muito clara o que nos deixaria na escravidão, logo, o que nos faria filhos da escrava e, portanto, não poderíamos receber a herança do Senhor.
(Gálatas 5:1-2) “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão. Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará”.
Não nos resta mais dúvida de que o evangelho o qual a igreja de Gálatas se deixou corromper é aquele citado em Atos 15, o evangelho proferido pelos falsos irmãos, o qual colocava a circuncisão e a observância das leis mosaicas como justificação e condição de salvação.
Ainda assim, Paulo lembra à igreja que todos devem amar uns aos outros (Gálatas 5:14) e que com a crucificação de Cristo, foram também crucificados no madeiro toda obra e desejo da carne (Gálatas 5:19-21). Contudo recebemos os frutos do Espírito, para os quais não há lei contra (Gálatas 5:22-23).